Agir conforme a própria natureza
Dois monges estavam lavando suas tigelas no rio quando
perceberam um escorpião que estava se afogando.
Um dosmongesimediatamente pegou-o e o colocou na margem.
No processo ele foi picado. Ele voltou para terminar de
lavar sua tigela e novamente o escorpião caiu no rio.
O monge salvoo escorpião e novamente foi picado.
O outro monge então perguntou:
“Amigo, por que você continua a salvar o escorpião quando,
você sabe que sua natureza é agir com agressividade, picando-o?”
“Porque,” replicou o monge, “agir com compaixão é a minha natureza.”
"Batendo nos tigres" - movimento é TSO THÁ HU SHI
Vusun estava indo visitar seu irmão e passou por um bar e leu o aviso que tinha na porta do bar, "Cuidado com o tigre na montanha", ao entrar no bar havia outro aviso, "Não servimos mais que 3 doses de bebida". Vusun sentou, tomou as 3 doses e queria mais, o homem do bar não podia servir, mas ele conseguiu e pediu mais, e mais, até que tomou 18 doses e saiu do bar bebedo. O homem do bar falou novamente, não vá para a montanha sozinho, cuidado com o tigre e andando meio bebedo, leu outro aviso do governo, "Cuidado com o tigre na montanha" e foi caminhando, caminhando em direção da montanha, onde lá chegou e se aconchegou em uma pedra bem alta e lá dormiu.
Ao sentir um vento forte e um cheiro de sangue, acordou e percebeu que o tigre estava vindo, (os tigres vem com o vento e o dragão vem com as nuvens), e quando ele viu o tigre se aproximando percebeu que era um tigre enorme. Vusun era um homem muito grande, mas o tigre era maior ainda. Ele tentou bater no tigre com um bastão, mas o bastão era alto e se quebrou na árvore. E o tigre tentou 3 golpes em Vusun, pular em cima dele, mas ele escapou daí tentou golpeá-lo de lado e ele escapou novamente. Vusun conseguiu pular no pescoço grudando em sua pele solta e socou, socou o tigre até que ele desmaiou. Todos em sua aldeia ficaram sabendo e ele se tornou um grande homem.
"Serpente branca mostra a língua" - movimento é - CHUAN SHEN PAI SHE TU SHI
"Houve um tempo, na montanha E-Mei onde vivian uma serpente branca e uma serpente verde. Elas usavam seus poderes mágicos para se transformar em belíssimas jovens. Um dia as duas estavam passando por uma ponte e encontraram um homem, Xu Xian, por quem a serpente branca se apaixonou e se casaram. O Monge avisou Xu Xian que sua esposa era uma serpente branca, mas ele não acreditou.
Durante uma festa, para agradar seu marido, a serpente branca bebeu vinho, o que era perigoso pois o vinho espantava os espíritos e ela por sua vez era um espírito. Grávida e com seus poderes enfraquecidos ela perdeu o controle e correu para a quarto. Xu entrou no quarto e viu uma serpente enorme branca enrolada em sua cama e caiu morto de medo. Ela viajou para conseguir ervas mágicas e restaurar a vida do seu marido e foi capaz de convencê-lo de que ele não havia visto uma serpente branca. Xu Xian estava ainda fraco e foi visitar o monge Fa Hai que o convenceu a tornar-se um monge e separa-se do espírito da serpente. As duas serpentes partiram para implorar ao monge que deixasse Xi Xian sair, mas ele não deixou. Então, a serpente branca chamou um grande exército de criaturas aquáticas para ajudá-la e houve uma enchente no templo, mas o monge fez com que a montanha crescesse e ficou acima da enchente. Enfraquecida com a gravidez ela abandonou a batalha para esperar o nascimento de seu filho. Incapaz de continuar a luta sózinha a serpente verde passou um tempo praticando para aumentar seus poderes mágicos e habilidades. Depois que seu filho nasceu, Xu Xian foi visitá-lo levando consigo um chapéu mágico oferecido pelo monge e prendeu a serpente branca no chapéu e depois o monge a aprisionou na forma de serpente em um pagode. Depois que o filho da senhora branca e de Xu Xian cresceu, a senhora verde retornou e destruiu o pagode, resgatando a senhora branca e vencendo o monge Fa Hai. Xu Xian, a senhora branca e seu filho se reuniram e todos viveram felizes para sempre.
"Agulha no fundo do mar" - movimento é HAI DI CHIN
"O macaco rei era muito forte, com habilidades muito grandes, mas não encontrou arma alguma em seu mundo suficientemente forte para ele. Todo o seu exército tinha arma, então, resolve ir até o mundo do dragão (no fundo do mar), para ver se lá encontrava uma arma.
O dragão pediu para seus serviçais trazerem uma barra de ferro, como um sabre e o macaco rei experimentou e achou muito leve e fraca, então, o dragão pediu que trouxesse algo muito mais pesado do que o anterior, no formato de uma foice e o macaco tb achou muito frágil a arma.
Cansado do macaco, a esposa do dragão sugeriu que mostrasse uma coluna de ferro enorme que estava espetada no fundo do mar, cheia de ferrugem e coisas grudadas. O macaco se aproximou da barra de ferro e ela se transformou em algo brilhante, reluzente, encantada. Então ele disse, se ela fosse menor seria melhor para experimentar e ela ficou menor e ele disse menor e ela diminuiu ainda mais até o ponto que ele conseguiu pegá-la, como um bastão, porém pesado. Conforme o macaco mexia com o bastão, a água do mar se movimentava. O dragão ficou admirado do seu poder, então ele disse menor, menor e ela ficou do tamanho de uma agulha, que ele guardou atrás da orelha.
Ele voltou para o seu povo e ajudou a levar o seu mestre para o oeste. Após essa missão o buda Shakamura pediu a agulha de volta e disse que ele estava com ela para conseguir a missão com o mestre. E o buda deu a agulha para o Imperador que a colocou entre os dois rios da China que sempre causavam enchentes, equilibrando assim as águas."
Flor de lótus
O lótus, um símbolo universal do Oriente, é "a flor que estava presente no Inicio, o lírio glorioso das Grandes Águas....flor em que a existência se faz e desaparece".
Ela é ao mesmo tempo, yin e yang, e guarda em si o equilíbrio das Duas Forças, é solar, quando floresce ao sol, e lunar, quando emerge da escuridão das águas do caos pré-cósmico. Enquanto combinação de ar e água, simboliza espírito e matéria. Suas raízes, assentadas na escuridão do lodo, representam a indissolubilidade; sua haste, o cordão umbilical da vida, prende o homem às suas origens e é também um eixo do mundo; as folhas e flores alcançam o ar e neles desabrocham à luz do sol, simbolizando a potencialidade no botão e a expansão e a realização espirituais na flor; suas sementes, dispersas sobre as águas, são a criação.
O lótus está associado à roda como matriz solar e como a roda do sol dos ciclos da existência. Iamblicus chama-o de perfeição, uma vez que suas folhas, flores e fruto formam o círculo. Na qualidade de flor lunar e solar, yin e yang, o lótus também é o andrógino, aquele que é auto-suficiente para existir. Seu simbolismo é inexaurível, tanto no Hinduísmo, como no Taoísmo e no Budismo. O lótus é a flor Áurea do Taoísmo, a cristalização e a experiência da luz, o Tao.
Enquanto, no plano espiritual, representa plenitude do nascimento, o crescimento, o desenvolvimento e potencialidade, no plano mundano representa, o cavalheiro erudito, que está em contato com o lodo e a água suja do mundo mas não é contaminado por ela. À parte seu simbolismo quase infinito, o lótus é uma flor de grande beleza e forte poder evocativo; nas palavras de Osvald Sirén, uma pétala de flor de lótus "emana uma magia especial, uma atmosfera que intoxica como um perfumado incenso e embala como o ritmo de um mantra ascendente e descendente".
Trecho do livro Yin& Yang a Harmonia Taoísta dos Opostos, de J.C.Cooper.
Flor de lótus